quarta-feira, 16 de março de 2011

Parado diante de um carvalho, o homem falava quase num sussurro... Mais parecia uma prece do que uma conversa! Invocava o Sol, A Lua e as Estrelas. Mantinha a mesma atitude insana que, mais tarde, o levou a loucura...
Aproximei-me lentamente, para ouvir com mais clareza o que dizia, já que ninguem tinha coragem para tal. Fiquei extasiada ao vê-lo implorar ao Sol, o calor que lhe era negado. À Lua, o carinho, que a leve brisa que soprava o envolveria em prata e, às Estrelas, que lhe fizessem compania pelo menos por aquela noite...
Compreendi imediatamente o que acontecia. A impotência dos homens ao transmitir calor humano em todas as suas formas, o abraço negado, a palavra de apoio que não chegava, estavam desintegrando aquele ser tão solitário, que vivia num mundo tão povoado....
Procurei ajudá-lo mas, na minha condição de igual carente, só consegui sentar-me calada a seu lado, para juntos sentirmos a imensa solidão que a noite nos legava...

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